UM OLHAR PARA A PRIMEIRÍSSIMA INFÂNCIA

Proposta de Formação Educação Infantil

Nossa proposta visa uma reflexão continua sobre os desafios da educação infantil, tomando como foco de análise o processo de formação de professores para a intervenção pedagógica na infância e na tentativa de contribuir para o necessário (re)dimensionamento do papel dos professores e todos os profissionais envolvidos nessa grande missão.

 

A Constituição Brasileira de 1988 estabelece legalmente – artigo 208, inciso IV – a educação em creches e pré-escolas como dever do Estado e direito da criança. Também o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) contempla o direito da criança a esse atendimento. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) reconhece a educação infantil como a primeira etapa da educação básica (título V, capítulo II, seção II, artigo 29), tendo “como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade”. Aspectos estes que foram reiterados em documentos posteriores como o RCNEI, as Diretrizes Curriculares Nacionais e mais recentemente a BNCC. Neste viés, enquanto Rede de ensino, necessário se faz refletir   sobre “o fazer pedagógico” nesses espaços, formando os profissionais envolvidos neste processo, para que seja garantida o cumprimento das normativas mencionadas nos documentos oficiais citados.

A formação do professor e sua real relevância com a prática de sala de aula

Para se alcançar um salto de qualidade na educação, é preciso buscar não só o desenvolvimento e enriquecimento de competências, mas principalmente uma mudança significativa na formação e identidade profissional dos que se dedicam ao oficio de professor.

O século XXI, aponta uma visão educacional que apresenta grandes mudanças na educação no mundo globalizado, fornecendo indicadores de que o ofício de professor requer muitos conhecimentos, uma grande quantidade de ideias, de habilidade nos procedimentos, nas estratégias de ensinar, de lidar com os alunos e excelentes atitudes, valores, hábitos e condições pessoais para o ensino.

A formação profissional implica em entender a aprendizagem como um processo contínuo e requer uma análise cuidadosa desse aprender em suas etapas, evolução e concretizações, para redimensionar conceitos alicerçados na busca da compreensão de novas ideias e valores.

Uma prática reflexiva profissional nunca é totalmente solitária. Ela deve basear-se em conversas informais, em momentos organizados de profissionalização interativa, em prática de análise do trabalho, de trocas sobre os problemas profissionais, de reflexão sobre a qualidade e de avaliação do que é feito, buscando o desenvolvimento de competências.

Os educadores devem participar da construção e do desenvolvimento de uma ação educativa consciente, que promova no aluno suas potencialidades e capacidades de criar e soluções e respostas adequadas, ou seja, uma consciência cidadã. Exercer este papel só é possível, se o professor for um profissional reflexivo, agente de sua própria formação, e estimulador da formação do educando, mediando a construção do conhecimento com atividades lúdicas desafiadoras, criativas e significativas, possibilitando aos alunos, tornarem-se sujeitos participantes, autônomos e críticos em relação ao contexto em que estão inseridos.

 

Com o objetivo de trazer para o professor uma reflexão bem mais ampla, vamos sugerir uma formação continua que busca trazer desde a conscientização dos principais documentos que trazem diretrizes bem como, organizações e parâmetros para o currículo, práticas e intervenções e, principalmente análise e reflexões para o trabalho realizados em sala de aula.

1ª Etapa de formação: 2 Módulos divididos por temas, totalizando 12 horas de formação

Módulo 1: (4 horas de Formação) – Os documentos norteadores dos processos de ensino e aprendizagem da Educação Infantil.

Tema I: A história dos documentos oficiais e seus impactos para uma educação de qualidade. (4 horas de Formação)

Sendo o objetivo estabelecer padrões de referência orientadores para o sistema educacional no que se refere à organização e funcionamento das instituições de Educação Infantil, cabe apontar, inicialmente, para uma distinção conceitual que deve ser feita entre parâmetros de qualidade e indicadores de qualidade.

Dessa forma, vamos entender quais os documentos que dão aporte de Qualidade para a Educação Infantil, buscando responder com uma ação efetiva aos anseios da área.

Objetivos:

  •        Discutir uma política educacional orientada para a qualidade do ensino, passando, antes pela qualificação do profissional;
  •        Provocar uma permanente reflexão da prática pedagógica escolar sob as três dimensões do exercício docente: o saber, o saber fazer, o saber ser;
  •        Apropriar de contextos e orientações pautadas na BNCC;
  •        Perceber a função sociopolítica e pedagógica da Educação Infantil;
  •       Refletir sobre concepções de educação de crianças em espaços coletivos, e de seleção e fortalecimento de práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagens e do           desenvolvimento das crianças. Assim como os aspectos prioritários sobre como orientar o trabalho junto às crianças. 

Módulo 2Desenvolvimento na Primeiríssima Infância

A Primeiríssima Infância refere-se a faixa etária das crianças de 0 a 3 anos.   Nessa fase a criança começa a ter contato com o mundo externo, por meio das pessoas e do meio que a cerca. Desde seu nascimento a criança está apta a desenvolver-se considerando seus aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos. 
Os cem bilhões de neurônios de seu cérebro estão prontos a se conectar por meio das sinapses. Neste viés, é importante que os profissionais envolvidos no contexto das creches compreendam as etapas da Primeiríssima Infância, considerando suas particularidades e os estímulos necessários para a promoção de um desenvolvimento saudável e humanizado.

Tema I: Fases do Desenvolvimento da Primeiríssima Infância (4 horas de Formação)

Objetivos:

  •       Compreender as características e as peculiaridades, no que diz respeito ao desenvolvimento motor, da linguagem afetivo e cognitivo das crianças de 0 a 3 anos. 
  •       Conscientizar-se que os bebês progridem por etapas cronológicas e sequenciais, afim de promover estímulos apropriados ao seu desenvolvimento.

 Tema II:  A importância dos vínculos afetivos na Primeiríssima Infância (4 horas de Formação)

 Objetivos:

  • Refletir sobre a necessidade e influência do vínculo afetivo, das relações e interações humanas no desenvolvimento e aprendizagem de crianças de 0 a 3 anos.
  • Promover ao educador da Primeira Infância a importância das suas interações com as crianças, na promoção de um ambiente acolhedor, que proporcione segurança e equilíbrio emocional para as crianças pequenas.
  • Compreender a importância do afeto como base da aprendizagem para as crianças de 0 a 3 anos, estimulando sua ludicidade, movimentação livre e autonomia.    

2ª Etapa de formação:  6 temas com 2 horas de formação cada módulo

Tema I: O educar e o Cuidar na Primeiríssima Infância / O perfil do educador em relação aos aspectos fundamentais que atendam as características dessa etapa

“Cuidar é mais do que um ato, é uma atitude. Portanto, mais do que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro (Boff, 1999).” Neste viés os espaços da educação infantil não devem se abster da importância do “cuidar” vinculado ao educar, como ato primeiro na promoção de uma formação integral das crianças pequenas, ademais na humanização dos espaços aos quais estão inseridas. Ações estas, que demandam dos profissionais que lidam nesse contexto, uma “nova leitura” de suas práticas, (re)significando-as com o conhecimento, a sensibilidade e a flexibilidade.       

Objetivos:

  • Compreender o cuidar e o educar como processos convergentes no desenvolvimento da criança; 
  • Utilizar momentos do “cuidar” previstos na rotina como oportunidades importantes de interação afetiva e cognitiva entre a criança e o adulto;
  • Entender a criança em sua individualidade, respeitando seus tempos, sem se abster de oferecer estímulos constantes por meio da ludicidade e das múltiplas linguagens;
  • Compreender e valorizar a capacidade das crianças, considerando-as competentes e ávidas por aprender a todo instante;
  • Tema III: Organização do Espaço da Creche, considerando os aspectos para o desenvolvimento cognitivo, físico e afetivo para a promoção da autonomia da criança
  • O desenvolvimento das crianças pequenas tem estreita relação com os espaços onde são inseridas. Movimentar-se, manipular objetos, explorar o ambiente através dos sentidos e interagir com os outros são estímulos

Tema II: Objetivos e condições para a organização curricular na Educação Infantil

Tópicos:

Elaboração para o roteiro de trabalho nos espaços do berçário

Observação e registro do desenvolvimento das crianças pequenas

Um bom planejamento das ações educativas exige o conhecimento dos direitos de aprendizagens dos alunos e favorece a formação de competências para a criança aprender a cuidar de si. Educar e cuidar, com ações que se complementam, é dar condições para as crianças explorarem o ambiente de diferentes maneiras, utilizando diversas linguagens para se comunicarem, afim de construírem sentidos pessoais e significados coletivos, à medida que vão se constituindo como sujeitos e se apropriando de um modo singular das formas culturais de agir, sentir e pensar.

Objetivos:

Organizar experiências de aprendizagem na proposta curricular;

  • Direcionar o acompanhamento da continuidade do processo de educação;
  • Priorizar a observação atenta das crianças e mediar as relações que elas estabelecem entre si, entre elas e os adultos, entre elas e as situações e objetos;
  • Acompanhar o processo de vivência e desenvolvimento da criança no interior da instituição;
  • Planejar o trabalho pedagógico reunindo as equipes e acompanhado de relatórios descritivos de suas vivências, conquistas e planos, de modo a dar continuidade a seu processo de aprendizagem;
  • Prever formas de articulação entre os docentes do Berçário e das demais etapas da Educação Infantil (encontros, visitas, reuniões) e providenciar instrumentos de registro – portfólios de turmas, relatórios de avaliação do trabalho pedagógico.

Tema III: Organização do Espaço da Creche, considerando os aspectos para o desenvolvimento cognitivo, físico e afetivo para a promoção da autonomia da criança

O desenvolvimento das crianças pequenas tem estreita relação com os espaços onde são inseridas. Movimentar-se, manipular objetos, explorar o ambiente através dos sentidos e interagir com os outros são estímulos primordiais para um desenvolvimento sadio que garantirá aprendizagens significativas ao longo do seu crescimento. Neste contexto, cabe ao educador da Primeiríssima Infância se inteirar das influências do “espaço” na formação pessoal e intelectual da criança.          

Objetivos:

  • Compreender como as crianças de 0 a 3 anos se relacionam com o mundo externo, suas percepções e conquistas a medida que exploram e experimentam os espaços e objetos oferecidos; 
  • Compreender o papel dos adultos na organização de ambientes e interações favoráveis ao desenvolvimento e aprendizagem das crianças de 0 a 3 anos, com espaços, tempos e materiais adequados às necessidades de cada faixa etária, possibilitando à criança movimentar-se, sentir-se amada e promovendo sua autonomia;
  • Compreender o papel do educador como mediador nos processos de interação da criança com o meio e com os outros, afim de promover novas descobertas e as relações sociais;
  • Refletir sobre a importância da seleção adequada dos brinquedos e da higiene que garantam a segurança da criança;

Tema IV: A relação entre a rotina e o desenvolvimento psíquico das crianças pequenas

A rotina tem grande influência no comportamento dos bebês e das crianças pequenas. Sua principal finalidade é promover a segurança e a tranquilidade. Uma rotina bem elaborada, adequada a faixa etária a que se destina, permite que a criança se organize em relação às estruturas externas (ambiente) e internamente (funções psíquicas), além de propiciar o desenvolvimento da autonomia. Dessa forma, temos o objetivo de apresentar a necessidade do planejamento e da importância da rotina, que por sua vez são práticas educativas que devem estar presentes na instituição de educação infantil. 

O planejamento da rotina é um momento que possibilita o professor encontrar soluções para obter avanços no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança, por isso deve ser uma atividade contínua. Planejar consonância com as peculiaridades de cada etapa da Educação Infantil, em específico neste caso às fases da Primeiríssima Infância, garantirá bases fundamentais para aprendizagens futuras. 

Objetivos:

  • Orientar planejamentos – Planejar é essa atitude de traçar, projetar, programar elaborar um roteiro para empreender uma viagem de conhecimento, de interação, de experiência múltiplas e significativas para com o grupo de crianças; 
  • Perceber na rotina diária como o desenvolvimento de um planejamento mais eficaz e assertivo;
  • Proporcionar ações organizadas que favorece a estruturação da personalidade da criança e se torna um ambiente atrativo e propício para a aprendizagem;

Tema V: Estímulos sensoriais e motores através de brinquedos e brincadeiras na promoção do desenvolvimento da criança de 0 a 3 anos

A criança é um ser ativo, que merece respeito no seu tempo de crescimento e desenvolvimento, seu corpo é sua referência e ele evolui com a oferta de diferentes estímulos. Nos primeiros meses e anos de vida o desenvolvimento físico dos aparelhos sensorial e motor são importantes para que a criança comece a explorar o mundo e as suas gradações. Desta maneira oferecer no espaço das creches, brinquedos e brincadeiras instigantes, de maneira que as crianças se sintam interessados e a vontade para brincar, explorar, são meios de sobrepor etapas do desenvolvimento, potencializar novas aprendizagens e conquistas em sua relação com o mundo.

Objetivos:

  • Reconhecer a importância da exploração sensorial e do “movimento” através do ato de brincar, seja com brinquedos ou com brincadeiras, como ações primeiras para a  promoção do desenvolvimento intelectual, afetivo e motor das crianças pequenas;   
  • Entender que a quantidade de estímulos ofertados durante a rotina deve respeitar o crescimento, o desenvolvimento, a capacidade, o interesse e as possibilidades da criança, usando como indicador sua faixa etária;
  • Cultivar a capacidade perceptiva através do conhecimento dos movimentos e da resposta corporal;
  • Motivar a capacidade sensitiva através das sensações e relações entre o corpo e o exterior (o outro e as coisas);

Tema VI: Musicalização na Educação Infantil uma proposta que ensina e diverte

A iniciação musical na Educação Infantil estimula áreas do cérebro da criança que vão beneficiar o desenvolvimento de outras linguagens. Ela é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música atrai a criança e faz com que ela desenvolva a fala, a parte motora, a socialização, a escuta ativa, o fortalecimento do vínculo afetivo com os pares. Realizar esse tipo de trabalho ajuda a melhorar a sensibilidade das crianças, além de ampliar a capacidade de concentração e da memória, trazendo benefícios ao processo de aprendizagem.

Objetivos:

  • Estimular linguagem musical;
  • Utilizar a linguagem musical, corporal e plástica ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação;
  • Compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva;
  • Ampliar o repertório musical dos alunos aproximando a música erudita de suas vivências cotidianas;

Ações complementares:

I- Palestra para Pais (Horária 2h)

Princípio Norteador: Tendo com princípio primeiro o papel primordial que o espaço familiar exerce na ação do cuidado e da educação dos filhos, importante se faz  promover  momentos de reflexão sobre as atribuições familiares independente  de seus “modelos estruturados” e da forma como seus membros exercem suas funções e ressaltar a
necessidade da  interação entre a  escola e a família, propondo esclarecimentos quanto a importância da participação na vida escolar das crianças, conscientizando-a do que e à que esses espaços se destinam, com vistas à fazeres compartilhados na formação das crianças na Educação Infantil.

II- Reunião com Gestores (Carga horária 2 horas)

As reuniões terão como ponto focal tratar das especificidades da rede apresentadas dentro do programa de formação,  além de discutir sobre o papel do gestor nas ações de monitoramento da prática pedagógica, propor a  elaboração de expectativas de execução e atribuições do trabalho docente mediante ao currículo proposto para essa fase
da Educação Infantil, refletir sobre intervenções e planos de ação que minimizem as dificuldades apresentadas pelos educadores na aplicabilidade do proposta cotidiano escolar.

III- Visitas de Monitoramento (2 visitas durante o Ano Letivo – 2 horas cada)

As visitas nas escolas, tem papel fundamental de monitoramento das práticas exercidas, além de estabelecer a relação direta entre professores/gestores/ assessoria pedagógica, otimizando a parceria e dando margem para que os docentes pudessem sanar suas dúvidas quanto a aplicabilidade de certas atividades e apresentarem os trabalhos desenvolvidos.

 Resumo da proposta de formação:

2 módulos de 4 horas

6 módulos de 2 horas

Totalizando 28 horas de formação continuada + 2 horas de estudos que estarão contemplados dentro dos módulos.

Ao término do ano letivo = 30 h horas de formação com certificação.

Atividades Previstas na Proposta:

1 Palestra para Pais (Início do Ano letivo)

2 Visitas de Monitoramento nas Creches

2 Reuniões com Gestores

 

Carga horária

30 horas

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